terça-feira, 25 de março de 2014

Sintomas do TPB - Será que voce é Border ?

Desde um simples resfriado até complexas patologias é necessario o diagnóstico correto para que se tenha o tratamento correto e pra isso é mais do que necessario identificar os sintomas. Entao vamos lá..

O Transtorno de Personalidade Borderline é de extrema complexidade. Antes de entrarmos nos detalhes dos sintomas de acordo com o DSM, é muuiito importante saber algumas coisinhas sobre o TPB:

1- Assim como qualquer outra coisa na face da terra o TPB é extremamente relativo, os sintomas, gravidade e reaçoes variam muito de pessoa pra pessoa, por isso é preciso ter muito cuidado e cautela na hora de um diagnóstico.

2- O próprio nome do transtorno já diz - Borderline: No limite, na linha divisória. Essa tal linha fica entre a neurose (por ex: depressao) e a psicose (por ex: esquizofrenia). Por isso é muito facilmente confundido com outros transtornos.  Ou seja, é como se voce estivesse a merce de tudo! Pense que sao como 'fases'. No momento o border está com depressao, depois pode passar a ter um transtorno alimentar e ao mesmo tempo uma sindrome do panico, depois volta a depressao e assim vai. Vale lembrar que existem as comorbidades, que sao realmente os outros transtornos que ocorrem juntamente com o TPB ( no meu caso por exemplo, sou border e tenho ciclotimia que é um tipo de bipolaridade, luto contra depresso, tenho transtorno dissociativo, já tive sindrome do panico e transtornos alimentares ).

3- Nao é um transtorno muito explorado por nenhuma industria (principalmente a farmaceutica) já que é um transtorno que nao possui uma medicaçao especifica. Por exemplo, para a bipolaridade trabalha-se com litio e outros estabilizantes de humor. Já no Border é utilizado estabilizador de humor acompanhado de outros medicamentos especificos para a 'fase' que o border está passando, seja uma depressao, sindrome do panico, transtorno alimentar, abuso de substancia e por aí vai.

4- Terapia, psicoterapia, psicanalise, terapia comportamental chegam a ser mais importantes e ter muito mais efeitos do que medicaçoes, vale lembrar que medicaçoes sao extremamente necessarias. Mas a longo prazo para amenizar o transtorno, a terapia ( com um bom profissional ) é essencial.

Vamos aos 9 critérios. Antes de ler é muito importante ser realista. Nao queiram 'ter' os sintomas e menos ainda 'ter' o transtorno. É necessario pelo menos 5 criterios, que realmente 'atrapalhem' a sua vida e sejam verdadeiros, ou seja, voce realmente nao consegue controlar, nao é algo que voce força, ou provoca ou tenta ter. É algo que voce nasce com e que voce nao consegue evitar.

É importante dizer isso pois infelizmente hoje em dia ter um transtorno é sinonimo de genialidade, de criatividade e há, por mais absurdo que isso pareça, muitas pessoas querendo 'ter' para se dizerem iguais a algum artista ou para se sentirem diferentes.


Transtorno da Personalidade Borderline
Critérios Diagnósticos do DSM IV
1) Esforços frenéticos de evitar um abandono real ou imaginário, sem a inclusão de um comportamento suicida ou auto mutilante.
2) Padrão de relacionamentos instáveis e intensos, oscilando entre extremos de idealização e desprezo.
3) Distúrbio da identidade: instabilidade acentuada e resistente da auto-imagem ou do sentimento de self.
4) Impulsividade em pelo menos duas áreas prejudiciais a si mesmo, como na sexualidade, em gastos financeiros, na direção, no abuso de substancias etc. Prejudicam a si próprios quando um objetivo está quase sendo alcançado.
5) Ameças, comportamentos ou gestos suicidas ou auto mutilante.
6) Instabilidade afetiva devido a reatividade do humor.
7) Sentimento crônico de vazio.
8) Raiva intensa e inadequada ou dificuldade em controlá-la.
9) Situações de estresse devido a um abandono real ou imaginado: ideação paranoide, sintomas dissociativos e psicóticos transitório.
O transtorno de personalidade borderline caracteriza-se por um fraco estabelecimento da auto-imagem, que depende intensamente dos relacionamentos combinada com uma expectativa de maus tratos ou exploração. Isso ocasiona a preocupação com relacionamentos íntimos por parte do indivíduo com o transtorno, sendo muito sensível as mudanças nestes. Observa-se comportamentos suicidas e auto mutilantes, principalmente após a rejeição de uma pessoa íntima, sendo que o suicídio ocorre em 10% destes pacientes.
Avaliam-se de maneira extremamente negativa, podendo então admitir variados sintomas negativos, vendo o mundo de maneira extrema. Por serem negativos demais, seu quadro clinico pode parecer ser mais patológico do que um observador o percebe.
Alguns transtornos de personalidade são diagnosticados com maior frequência em homens e outros em mulheres. O borderline aparenta ser muito mais frequente em mulheres (75%), ao contrário do transtorno anti-social, que parece predominar entre os homens. Pesquisadores colocam como uma suposição que os dois transtornos poderiam ser a mesma doença, com uma diferente manifestação em ambos os sexos. Ainda há evidências que sugerem que o transtorno da personalidade borderline não esteja sendo identificado em homens. Atinge 2 a 4% na população em geral.
Há diversos relatos de negligências e abuso sexual ou físico na infância, em especial em pacientes com transtorno da personalidade borderline. É um transtorno bastante comum, respondendo por um terço dos transtornos da personalidade. Suas causas são incertas, apesar de que pesquisadores e estudos realizados com adoções e outros estudos de família sugerem um importante componente genético para o transtorno da personalidade anti-social e borderline. As pesquisas psicanalíticas concentram-se em perturbações na fase da separação mãe e criança.
O tratamento demanda, às vezes, hospitalizações breves, envolvendo normalmente a estabilização aguda de uma idéia suicida por crises. Alguns dos pacientes demonstram insatisfação com o lugar (hospital) e desejam partir mesmo sem consentimento médico. Outros apegam-se ao hospital e relutam em ir embora. Podem queixar-se e reclamar diversas vezes do hospital e, ao mesmo tempo, fazem de tudo a seu alcance para sua permanência.
Não existe um remédio ou tratamento que envolva fármacos para o transtorno da personalidade borderline, sendo que a medicação de manutenção geral mostra uma eficácia limitada. A terapia de grupo pode contribuir para questões interpessoais, na qual vínculos são formados com vários membros do grupo do que somente um indivíduo, que não será considerado confiável em algum momento pelas dificuldades em estabelecer um relacionamento.
A psicoterapia é complexa pela gravidade e natureza da doença e também pelos intensos sentimentos que provoca no terapeuta. Será necessário uma hierarquia de prioridades no tratamento, começando pelas mais graves, as que colocam a vida dos pacientes em risco ou de outras pessoas. Eles precisam ter noção do padrão de autodestruição que caracterizou suas vidas e a origem disso.
Quando as pessoas a sua volta começam a rejeitá-los ou cansam-se de suas exigências, eles tendem a tornar-se mais dramáticos e perigosos. É no incio da idade adulta que o comprometimento e o risco de suicídio atingem o auge. Quando começam a envelhecer, as atitudes impulsivas parecem diminuir, entretanto os outros problemas interpessoais persistem com o avanço da idade.

Se identificou ? Identificou alguém que voce conhece ? Busque um psiquiatra de qualidade e encontra um psicologo/psicanalista de boa formaçao. É um transtorno muito complexo, nao é de brincadeira, quanto antes diagnosticado melhor para o indivídue e sua familia.

Surgiu dúvidas ? Ou quer enviar sua historia ? É só me mandar no borderlinetpb@gmail.com




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